Este post contém altas doses de spoilers. Mas se você é igual a minha pessoa e gosta de saber tudo antes e depois tirar suas conclusões, o texto está delicioso. Aproveite!
Querido, diário!
Segunda-feira (13) fui assistir um filme chamado "Garota Exemplar" (Gone Girl) e fiquei extremamente apaixonado pela adaptação do livro para o cinema. Conseguiu me prender do começo ao fim pela atuação brilhante de Rosamund Pike que interpreta Amy, tornando o filme instigante e com alto teor psicológico. E não é mais novidade que esse tipo de temática me atrai muito.
O protagonista do filme é o ator Ben Affleck que interpreta o escritor Nick Dunne, aquele que todos odeiam porque foi escolhido para ser o Batman e que neste filme apresenta uma atuação considerada satisfatória.
A história é sobre um casal de escritores que se apaixonam, casam e são felizes para sempre porque são lindos, moram em Nova Iorque e possuem uma linda casa. Errado! O casamento é apenas o início dos grandes problemas e questionamentos que o filme aborda.
Será que realmente conhecemos a pessoa que dorme ao nosso lado? Será que durante a construção do relacionamento todos os segredos mais obscuros foram revelados? E até que ponto a cobrança excessiva (direta ou indireta) por parte de nossos pais podem interferir na construção da nossa personalidade durante a infância?
Amy (Rosamund Pike) cresceu na sombra de um personagem criado por seus pais e é famosa desde criança, sua infância virou uma série de livros que a reproduzem de uma forma perfeita. Neles, é sempre a melhor em tudo, o que não acontece na realidade. Isso causa um confronto direto entre o deseja ser, o que é e o que seus pais desejam que ela seja. Com o passar dos anos se torna uma mulher decidida e sedutora, porém muito calculista e perigosa.
Logo que se casam tudo é perfeito, até que a mãe do esposo adoece devido a um câncer (Outubro Rosa, faça o autoexame) e são obrigados a sair de Nova Iorque para uma pequena cidade no Missouri e o relacionamento entra em crise e começa a se tornar uma chata rotina.
Se torna cada vez mais obsessiva por ter um filho e ele mais preguiçoso e infiel. A situação se complica ainda mais quando Amy descobre que seu marido mantém um romance com uma aluna. Fissurada em se vingar, começa planejar sua morte para culpar Nick e levá-lo para o corredor da morte.
(Gente, essa atriz é muito boa. Os olhares, os gestos, tudo em perfeita sintonia e sendo fiel a uma pessoa com graves problemas psicológicos)
Com uma frieza e tranquilidade típica de psicopatas, estuda métodos de se criar o crime perfeito e para isso utiliza de muito persuasão ao criar uma falsa amizade com a vizinha e contar mentiras para ela. E ainda simula um falso teste de gravidez com a urina dessa mesma vizinha que está grávida.
Para deixar sua história mais perfeita, escreve um diário e nele relata toda sua história, além de inventar algumas para dar veracidade aos fatos. Planeja a cena do crime de um modo que leve a polícia suspeitar que alguém a tenha criado para encobrir um assassinato. E ela consegue o que quer,
Uma certa manhã, mais precisamente no dia do aniversário de casamento, Nick retorna para casa e a encontra toda revirada, sua primeira providência é chamar a polícia e comunicar o desaparecimento de sua mulher. Tudo que ela planejou dá certo e leva a crer que é o principal suspeito do assassinato da queridinha da América, o transformando na pessoa mais odiada dos Estados Unidos por assassinar uma mulher grávida.
Nick precisa correr contra o tempo e provar sua inocência, enquanto Amybitch assiste tudo de camarote e planeja se matar para que encontrem seu corpo no fundo de uma lago e que seja considerado culpado. Porém, o choque vem com a revelação de que já tinha feito isso com outros homens e até simulado ferimentos em regiões íntimas (vagina) para acusar um ex-namorado de estupro. Este ex acaba sendo o responsável por revelar para Nick a verdadeira face de sua mulher (demônia).
Orientado por seu advogado, resolve dar uma entrevista em rede nacional para tentar mudar sua imagem, tendo como principal objetivo que ela o assista. Durante a entrevista banca o arrependido e utiliza de um jogo de sedução para tentar reconquistar sua mulher.
Estava certo e ela retorna para casa depois de matar um ex-namorado que a estava ajudando a se esconder, inventando uma história de que estava sendo mantida em cárcere privado e abusada o tempo todo. Tanto Nick, quanto a policial responsável pela investigação logo percebem que é uma mentira, mas não possuem provas porque mais uma vez ela cometeu o crime perfeito.
Para a imprensa passam que são um casal em reconciliação, porém na intimidade não vivem como homem e mulher. E em mais um surto psicótico, procura uma clínica de fertilização na qual seu marido havia congelado seu esperma e faz uma inseminação sem sua autorização.
O desespero toma conta dele que se vê obrigado a assumir a criança e não abandonar a sua louca esposa para que o mundo não o acuse de ser um canalha. E assim, ela o prende em sua teia e vira o jogo novamente.
Adoro esses finais não convencionais, afinal quem esperava que depois de tudo isso os protagonistas terminassem juntos? E não posso deixar de mencionar que a classificação do filme é para maiores de 16 anos, porque se utilizam de muitas cenas de sexo e nudez, inclusive uma cena bem rápida de nú frontal do Ben Affleck, no qual aparece no chuveiro.
Agora uma reflexão sobre o filme, percebe-se que Amy possuiu uma necessidade doentia em se desvincular da imagem de garota perfeita criada por seus pais e se utiliza desses crimes para ter a necessidade de controle. Não é raro encontrarmos pessoas assim por aí, basta ligar a TV e assistir os noticiários.
O engraçado foi ver a reação dos maridos que estavam no cinema olhando para suas esposas e perguntando: Amor, você não é assim , né?
Quem são os verdadeiros culpados por esse desvio criado na personalidade de muitas pessoas: os pais, a mídia ou a genética?
E assim termino por hoje,
Beijo do Rods
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Foto: Reprodução |
Querido, diário!
Segunda-feira (13) fui assistir um filme chamado "Garota Exemplar" (Gone Girl) e fiquei extremamente apaixonado pela adaptação do livro para o cinema. Conseguiu me prender do começo ao fim pela atuação brilhante de Rosamund Pike que interpreta Amy, tornando o filme instigante e com alto teor psicológico. E não é mais novidade que esse tipo de temática me atrai muito.
O protagonista do filme é o ator Ben Affleck que interpreta o escritor Nick Dunne, aquele que todos odeiam porque foi escolhido para ser o Batman e que neste filme apresenta uma atuação considerada satisfatória.
A história é sobre um casal de escritores que se apaixonam, casam e são felizes para sempre porque são lindos, moram em Nova Iorque e possuem uma linda casa. Errado! O casamento é apenas o início dos grandes problemas e questionamentos que o filme aborda.
Será que realmente conhecemos a pessoa que dorme ao nosso lado? Será que durante a construção do relacionamento todos os segredos mais obscuros foram revelados? E até que ponto a cobrança excessiva (direta ou indireta) por parte de nossos pais podem interferir na construção da nossa personalidade durante a infância?
Amy (Rosamund Pike) cresceu na sombra de um personagem criado por seus pais e é famosa desde criança, sua infância virou uma série de livros que a reproduzem de uma forma perfeita. Neles, é sempre a melhor em tudo, o que não acontece na realidade. Isso causa um confronto direto entre o deseja ser, o que é e o que seus pais desejam que ela seja. Com o passar dos anos se torna uma mulher decidida e sedutora, porém muito calculista e perigosa.
Logo que se casam tudo é perfeito, até que a mãe do esposo adoece devido a um câncer (Outubro Rosa, faça o autoexame) e são obrigados a sair de Nova Iorque para uma pequena cidade no Missouri e o relacionamento entra em crise e começa a se tornar uma chata rotina.
Se torna cada vez mais obsessiva por ter um filho e ele mais preguiçoso e infiel. A situação se complica ainda mais quando Amy descobre que seu marido mantém um romance com uma aluna. Fissurada em se vingar, começa planejar sua morte para culpar Nick e levá-lo para o corredor da morte.
(Gente, essa atriz é muito boa. Os olhares, os gestos, tudo em perfeita sintonia e sendo fiel a uma pessoa com graves problemas psicológicos)
Com uma frieza e tranquilidade típica de psicopatas, estuda métodos de se criar o crime perfeito e para isso utiliza de muito persuasão ao criar uma falsa amizade com a vizinha e contar mentiras para ela. E ainda simula um falso teste de gravidez com a urina dessa mesma vizinha que está grávida.
Para deixar sua história mais perfeita, escreve um diário e nele relata toda sua história, além de inventar algumas para dar veracidade aos fatos. Planeja a cena do crime de um modo que leve a polícia suspeitar que alguém a tenha criado para encobrir um assassinato. E ela consegue o que quer,
Uma certa manhã, mais precisamente no dia do aniversário de casamento, Nick retorna para casa e a encontra toda revirada, sua primeira providência é chamar a polícia e comunicar o desaparecimento de sua mulher. Tudo que ela planejou dá certo e leva a crer que é o principal suspeito do assassinato da queridinha da América, o transformando na pessoa mais odiada dos Estados Unidos por assassinar uma mulher grávida.
Nick precisa correr contra o tempo e provar sua inocência, enquanto Amy
Orientado por seu advogado, resolve dar uma entrevista em rede nacional para tentar mudar sua imagem, tendo como principal objetivo que ela o assista. Durante a entrevista banca o arrependido e utiliza de um jogo de sedução para tentar reconquistar sua mulher.
Estava certo e ela retorna para casa depois de matar um ex-namorado que a estava ajudando a se esconder, inventando uma história de que estava sendo mantida em cárcere privado e abusada o tempo todo. Tanto Nick, quanto a policial responsável pela investigação logo percebem que é uma mentira, mas não possuem provas porque mais uma vez ela cometeu o crime perfeito.
Para a imprensa passam que são um casal em reconciliação, porém na intimidade não vivem como homem e mulher. E em mais um surto psicótico, procura uma clínica de fertilização na qual seu marido havia congelado seu esperma e faz uma inseminação sem sua autorização.
O desespero toma conta dele que se vê obrigado a assumir a criança e não abandonar a sua louca esposa para que o mundo não o acuse de ser um canalha. E assim, ela o prende em sua teia e vira o jogo novamente.
Adoro esses finais não convencionais, afinal quem esperava que depois de tudo isso os protagonistas terminassem juntos? E não posso deixar de mencionar que a classificação do filme é para maiores de 16 anos, porque se utilizam de muitas cenas de sexo e nudez, inclusive uma cena bem rápida de nú frontal do Ben Affleck, no qual aparece no chuveiro.
Agora uma reflexão sobre o filme, percebe-se que Amy possuiu uma necessidade doentia em se desvincular da imagem de garota perfeita criada por seus pais e se utiliza desses crimes para ter a necessidade de controle. Não é raro encontrarmos pessoas assim por aí, basta ligar a TV e assistir os noticiários.
O engraçado foi ver a reação dos maridos que estavam no cinema olhando para suas esposas e perguntando: Amor, você não é assim , né?
Quem são os verdadeiros culpados por esse desvio criado na personalidade de muitas pessoas: os pais, a mídia ou a genética?
E assim termino por hoje,
Beijo do Rods
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